Aquilo que nunca fomos.
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E eu fui. Eu disse adeus e você retribuiu. Nós nem precisávamos de uma conversa às claras para esclarecer os fatos, eles já estavam esclarecidos. Eu precisava seguir com a minha vida em busca de um sonho e você precisava continuar aqui, com a sua vida. Nós nunca fomos nada a mais, nenhum nome era dado ao nosso relacionamento, se é que você me entende. Foi incrível enquanto durou, mas pra você era só mais um romance casual e pra mim, mesmo que pudesse ser amor, a entrega era difícil. Você deve ter percebido, eu tenho dificuldade de me entregar por completo ao desconhecido, dificuldade em andar por regiões nas quais eu não sei o que me espera. É assim em tudo na minha vida, por mais que em algumas coisas seja mais fácil cair de cabeça, o medo está sempre lá, na espreita.
E agora você me vem, depois de todo esse tempo, e puxa uma conversa. É incrível como sentimentos que estavam adormecidos podem ser reacordados depois de tanto tempo. Eu aqui, sozinha, na espera de alguém que possa me ajudar a transbordar. Você aí, um completo desconhecido. Eu não sei o que se passa na sua vida, nem os caminhos que você trilhou depois do nosso último encontro, mas eu me lembro muito bem do gosto do seu beijo, dos seus lábios que mal encostavam nos meus e eram capazes de me fazer arrepiar por completo, do seu corpo, rente ao meu, e das suas mãos que me seguravam e era capaz de me fazer sentir que o mundo havia parado por alguns segundos, só por nós dois.
Depois desse flashback eu só consigo pensar em tudo o que nós poderíamos ter sido e não fomos. Por medo, por imaturidade, por objetivos diferentes, por destino, talvez. Eu só queria te dizer que eu não acho que essa nossa conversa possa virar algo, não depois de tanto tempo. As pessoas mudam conforme o tempo passa e eu tenho certeza de que nós não somos os mesmos de antes. Mas o que foi permanece, e permanece como uma história que eu sempre vou me lembrar, daqueles romances que marcam e ficam pra sempre na nossa memória.
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