"Todas as manhãs Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas d’água, pontes e aconchegantes casas. Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes – a quem chama de Jess e Jason –, Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess – na verdade Megan – está desaparecida. Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos."

Mas enfim, vamos à resenha! O livro é contado a partir do ponto de vista das três personagens principais: Rachel, Anna e Megan. Confesso que no começo eu não entendi o porque, mas no decorrer da história você vai entender que a vida das três não poderia estar mais ligada! Rachel é a personagem principal do livro, divorciada de seu marido, Tom, há cerca de 2 anos, ela ainda não conseguiu seguir em frente com a sua vida. Nesses dois anos ela tornou-se alcoólatra e por consequência desse fato perdeu o seu emprego. É uma personagem sem nenhuma estabilidade emocional e que por muitas vezes me deixou extremamente desanimada com o livro. A Rachel tem plena consciência de que não fez absolutamente nada para melhorar a própria vida após o divórcio, mas parece não se importar com isso ou não ter forças suficientes para acabar com os problemas que estão atrapalhando-a de viver e isso me deixa extremamente irritada durante algumas cenas em que ela se mostra carente demais ou viciada demais e acaba agindo de forma irracional. Mas uma das coisas que me deixou satisfeita com o livro foi o fato de o alcoolismo ser mostrado de uma forma muito tranquila e ao mesmo tempo muito alarmante, sendo que é possível compreender o que o vício é capaz de fazer com a pessoa não sendo necessário tornar isso o assunto central do livro.

Anna é a atual esposa de Tom, a qual possui uma filha, chamada Evie, e, pra mim, é a personagem mais sem sal que eu já conheci! Sério, ela foi uma pensonagem que eu não consegui achar um momento em que gostei dela. Por fim, Megan, uma personagem que até então não tem conexão com Rachel, mas que já foi babá de Evie durante certo tempo e que mora perto da casa de Anna que, por ironia do destino, é a mesma casa onde Tom morava no casamento anterior. Certo dia, ao ir de trem para Londres, Rachel se depara com uma cena que aconteceu na casa de Megan e fica desconcertada, no dia seguinte Megan é dada como desaparecida e ninguém tem a menor ideia do que aconteceu com ela. 

A trama é muito boa, a leitura é extremamente fluida, mas como falei, em muitos momentos eu me vi perdendo a paciência não só com a Rachel, mas também pelo fato de que todo mundo morre de pena dela e acabam amenizando os atos que ela comete. No mais é uma ótima narrativa, a autora escolheu ir contando a história como se fosse um quebra-cabeça e a cada personagem que narra vamos colhendo fragmentos e montando a história completa na nossa mente. Após fazer essa leitura acabei por conversar com algumas amigas e, parte delas foi capaz de desvendar o fim, mas a outra parte foi como eu, que o final foi extremamente surpreendente. 

Vale muito a pena ler e assistir o filme também! Eu assisti o filme assim que estreou e não me arrependi nem por um segundo, ele foi super condizente com a narrativa e gostei muito da atuação da maioria dos personagens. Como toda adaptação cinematográfica, alguns personagens eu achei que ficaram descaracterizados em relação ao livro, como a Rachel por exemplo, mas a atuação dos atores superaram esse fato. Vou deixar o trailer pra quem não assistiu o filme ainda ter um gostinho de quero mais! Um beijo enorme e até o próximo post!